Patrícia desencarnou aos dezenove anos, de forma tranquila: "foi como dormir e acordar no plano espiritual, entre amigos".
Patrícia descreve com clareza a colônia para onde foi levada, algumas curiosidades, detalhes da vida espiritual, e o mais importante: fala da ajuda que obteve dos familiares espíritas e da sustentação psicológica que recebeu de seu pai, exemplificando como proceder diante da morte de entes queridos.
Em alguns trechos, Patrícia relata também histórias contadas por outros espíritos desencarnados e moradores da Colônia para onde foi, que passaram por momentos difíceis em seu desencarne.
A leitura desmistifica a "morte" e nos faz entender que a verdadeira vida está "do outro lado".
Alguns trechos do livro para refletirmos:
“- A morte do meu corpo foi muito dolorida. (…) Revoltei-me com tudo e todos, tornei-me uma doente amarga. (…) Continuei a sofrer depois do desencarne. Vaguei com dores pelo meu antigo lar. Sofri muito. Depois de muitos anos fui socorrida. Entendi que foi merecido tudo o que passei. Tendo saúde quando encarnada, não dei valor, tomava sempre bebidas alcoólicas, fumava, envenenei meu corpo com egoísmo, inveja e ciúme. Se não fiz mal a ninguém, fiz pouco bem, e o que fiz foram a poucas esmolas, resto do meu supérfluo que distribuí. Nunca pensei em ajudar realmente alguém. Vivi na matéria, como uma tola imprudente, ignorando a parte verdadeira, a espiritual. A dor, a doença, tudo isso foi uma forma que havia escolhido, antes de reencarnar, para alertar-me, mas fiquei revoltada e não sofri com resignação. Quem não sofre com aceitação, pouco lhe adianta. Depois, em vez de reconhecer meus erros, revoltei-me, achando injusto, por não ter feito, em meu ponto de vista, nada de ruim, pois não matara, não roubara, não traíra, etc. Esqueci-me de que pude fazer o bem e não fiz. Nem aprender quis. Para que saber? Dizia sempre: “Depois de morta, aprendo. E isso, se houver continuação da vida”. Teve, continuei a existir depois do meu corpo ter morrido. E permaneci sofrendo pelos mesmos motivos, até que, cansada, comecei a ver realmente meus vícios. Mais humilde, clamei, pedi ajuda. Amigos e parentes levaram-me para o hospital de um Posto de Socorro, onde sarei e vim para a Colônia. Agora, tendo a oportunidade, sou agradecida, tento educar-me no trabalho útil e no estudo da boa moral. {Palavras de D. Amélia}”
“O comodismo, o ‘estar muito bem assim’, faz com que paremos. Já estive pior, mas não é por isso que não posso querer melhorar.”
“Devemos compreender sem ilusão o que realmente somos, e não o que pensamos ser, e, com coragem, realizar nossa transformação. Ser agora, no presente. O futuro é uma consequência vivida do presente e não fruto de aspirações de uma mente ociosa, que deixa sempre essa transformação para depois. É nossa obrigação passar de necessitado para útil.
(…) Prometi a mim mesma não ter mais necessidades, não somente as que refletem do corpo físico (…) Mas as principais: não ser pedinte de graças, não querer que outras pessoas façam o que posso fazer e também aprender a ser útil e a servir.”
“O não entendimento da continuação da vida leva muitas pessoas a terem pena de quem desencarna. A desencarnação para os bons é paz e alegria. Para os maus e ociosos é o começo de sua colheita.”
“A prece muitas vezes não atinge a quem se pretende beneficiar, mas, indiscutivelmente, beneficia a quem ora.”
História Ditada pelo Espírito: Patrícia
Psicografada por: Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
Publicado pela Petit Editora, da cidade de São Paulo em 1993