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Saluba Nanã

"Uma das primeiras características de Mãe Nanã é a maleabilidade. Ela desfaz o que está paralisado nos seres, dando-lhes mais movimento. Quando o ser estaciona num padrão vibratório negativo (pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas igualmente negativas, ele se petrifica, fica impermeável às sugestões do Bem. Neste caso, ele será atraído para o campo de Mãe Nanã, para se tornar mais flexível."
O termo “nanan” significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra. Nanã tornou-se uma das yabás (orixás femininas) mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão.


PONTO CANTADO: "Ponto de Nanã" de Mariene de Castro


Nanã é considerada o orixá mais antigo do mundo. Quando Orunmilá (divindade da profecia) chegou aqui para frutificar a terra, ela aqui já estava. Nanã desconhece o ferro por se tratar de um orixá da pré-história, anterior à idade do ferro.

Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte. Sua regente: Nanã.
Senhora da morte. Deusa dos pântanos e da Lama. A mais velha entre todos os Orixás. Nanã é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku - a morte – para longe. É quem permite que a vida seja mantida.


Nossa Mãe Nanã está presente nos lodaçais, na lama, pois nasceu do contanto da água com a terra, dando origem à sua própria vida. Em terras da África, seus Assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho. Orixá da vida que representa a morte, a passagem, e também o renascer.
Maleável como o barro, argila, está sempre dando movimento ao que está estagnado.
Mulher de muitos Búzios, Nanã sintetiza ao mesmo tempo a morte, a fecundidade e a vida. Ela é o princípio, o meio e o fim.

"Nanã é lama, é terra em contato com a água. Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada.
Nanã é a possibilidade de conhecer a morte para se ter sorte. É a mãe, boa, querida, carinhosa, sensível, bondosa, compreensiva.
Orixá que representando a morte, cheia de vida."


Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã. Pense num lago. Um lago tem a superfície calma, águas tranquilas, tudo parece estar parado. Porém, quando você atira nele qualquer coisa, verá que ele puxará para o fundo e decantará silenciosamente.
Assim é a Energia de Nanã, a mais velha das Iabás (Mães das Águas). Diferente de Mãe Oxum, simbolizada pelas cachoeiras, que são rápidas e representam a energia da Mãe Jovem. Nanã é calma, tranquila e pacifica.

Nanã nos acalma e nos transforma.

SINCRETISMO RELIGIOSO: Sant’ana, avó de Jesus, mãe de Maria.

Sant’Ana, comemorada pela Igreja Católica em 26 de julho, Seu marido, São Joaquim, homem pio fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos.
Mas Sant’Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder Divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu, Deus havia ouvido suas preces. Algum tempo depois de voltar ao lar Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus.

CARACTERÍSTICAS DE SEUS FILHOS:

São conservadores e presos aos padrões convencionais. Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem até serem perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista às últimas consequências, tornando-se teimosos.

Quando Mãe, são apegadas demais aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, não gostam de muita brincadeiras. 
Os filhos de Nanã são majestosos, seguros em suas ações, cheios de nobreza e dignidade. Procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.

As pessoas de Nanã são extremamente calmas. Lentas nos cumprimentos de suas tarefas, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade, chegando a irritar. Agem sempre com muita com benevolência, dignidade e gentileza.

Eles parecem ter a eternidade a sua frente para acabar os seus afazeres. São pessoas que no modo de agir aparentam mais idade, muito maduras e seguras de si! 

MÃE DE OBALUAÊ:
 
Não tem como falar de Nanã e não mencionar Obaluaê, seu filho! Em muitas lendas, Nanã era esposa de Oxalá e com ele teve Obaluaê. Segue uma das Lendas mais bonitas e conhecidas desses Orixás e da linda história de Nanã com seu filho:

"Obaluaê, filho de Oxalá e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros, sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo. Por esse motivo Nanã, o abandonou na beira do mar.
Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Yemanjá encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos.
O tempo foi passando e a criança cresceu, se tornando um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Se cobria com palha da costa, escondendo as Chagas com as quais nasceu. Um dia Yemanjá chamou Nanã e apresentou-lhe seu filho, dizendo:  Obaluaê, meu filho receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Obaluaê nosso filho. E assim Nanã foi perdoada por Obaluaê e este passou a conviver com suas duas mães."

Linha e Irradiação: Linha Das Iabás (Ondinas)

Fio de Contas (Guias): Contas brancas rajada de azul, lilás ou roxo

Cor: Branco, azul, roxo, lilás.

Bebida:  Água da chuva, água de coco, mel e dende

Comidas: Acaçá, pipoca, farofa de dendê, peixe cozido com pouco sal, farofa de amendoim torrado, aipim cozido no dendê, Aberem, mugunzá, efó, sarapatel, feijão com coco, pirão com batata roxa.

Ervas: Agapanto, Assa-Peixe, Cedrinho, Avenca...

Flores: Crisântemo branco e lilás, Campânula, Hibisco, Violetas, Flores do Campo de cor lilás, Lírio, Orquídea, Narciso, Begônias...

Pontos da Natureza: Águas calmas, encontro do rio com o mar, lama, barro e manguezal.

Pedras: Ametista

Dia da Semana: Sábado - Dia das Iabás

Saudação: Saluba Nanã



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